Figura 1:Chegada do Príncipe D.
João, da família real e da Corte à Igreja de Nossa Senhora do Rosário para
missa comemorativa da chegada ao Rio de Janeiro. Óleo sobre tela. Armando
Martins Viana. Século XX. Museu da Cidade, Rio de Janeiro.
A
independência do Brasil foi declarada no dia 7 de Setembro de 1822, e, com ela,
o Brasil determinou o fim do laço colonial que existia com Portugal,
declarando-se como uma nação.
Transferência da Corte portuguesa,
1808 e Período Joanino
No
final de 1807, a família real portuguesa resolveu mudar-se para o Brasil, por
conta da invasão francesa em represália ao fato dos portugueses não terem
cumprindo Bloqueio Continental. A
família real transferiu o aparato administrativo de Lisboa para o Rio de
Janeiro. A transferência da corte portuguesa para o Brasil promoveu uma série
de mudanças no país. Como primeira medida, D. João, príncipe regente: abertura
dos portos brasileiros às nações amigas.
Essa decisão colocava fim ao monopólio comercial que existia e garantia aos comerciantes instalados no Brasil a possibilidade de comercializar, por exemplo, com a Inglaterra, a grande potência na época.
Outras
mudanças com a chegada da família real: universidades, teatros e bibliotecas,
por exemplo. O crescimento do cenário científico e cultural do Brasil
possibilitou a vinda de intelectuais e artistas importantes daquela época para
o país.
Em
1815, o país foi elevado à condição de Reino, e Portugal passou a chamar-se
Reino de Portugal, Brasil e Algarves. Na prática, o Brasil deixava de ser uma
colônia para tornar-se igual a Portugal.
Bloqueio Continental:
decreto de Napoleão Bonaparte, em 21 de Novembro de 1806, o documento
estabelecia que todos os portos da Europa deveriam fechar suas portas para as
embarcações inglesas.
Monopólio comercial: foi a proibição de que os brasileiros negociassem com comerciantes de qualquer outro país que não Portugal. Oficialmente durou, até o século XIX, quando ocorreu a abertura dos portos brasileiros às "nações amigas".
Revolução Liberal do Porto,1820
Essa
foi uma revolução de caráter liberal que se iniciou em Portugal poucos anos
depois da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte. A burguesia portuguesa
exigia reformas que colocassem fim à crise econômica e política que o país
enfrentava e ainda desejava o fim do absolutismo. Havia uma grande insatisfação
por parte dessa classe com a liberdade econômica conquistada pelo Brasil
durante o Período Joanino.
O principal
objetivo dessa revolução elaborar uma nova Constituição para o país. As Cortes exigiram
que o rei português, D. João VI, retornasse à Lisboa e que o monopólio
comercial fosse novamente instaurado no Brasil.
A Revolução do Porto demonstrou que os
interesses existentes entre metrópole e colônia eram irreconciliáveis.
O processo de independência do Brasil
As
duas exigências das Cortes portugueses logicamente repercutiram no Brasil, e
grande parte dessa repercussão foi negativa.
Pressionado,
D. João VI jurou lealdade à Constituição portuguesa em fevereiro de 1821, e, em
abril, partiu, de volta para Lisboa.
No
entanto, seu filho, Pedro de Alcântara, permaneceu no Rio de Janeiro como
príncipe regente do Brasil. A partir daí, a relação entre Brasil e Portugal se
desgastou.
Os
portugueses demonstraram a intenção de impor a autoridade de Lisboa sobre todas
as regiões do Império Português. A relação entre Brasil e Portugal agravou-se
por medidas determinadas pelas Cortes. Essas medidas foram:
- v Envio
de mais tropas portuguesas para o Brasil;
- v Transferência
de instituições do Rio de Janeiro para Lisboa;
- v Exigência
do retorno do príncipe regente.
O Dia do Fico
Figura 3: D. Pedro
A reação ao pedido de retorno de D. Pedro para Portugal levou os brasileiros a organizarem o que ficou conhecido como Clube da Resistência. Por meio deste, foi elaborado um abaixo-assinado contra o retorno de D. Pedro a Portugal. O príncipe regente recebeu esse documento com oito mil assinaturas em Janeiro de 1822. Esse evento acabou levando ao Dia do Fico, que aconteceu em 9 de janeiro, e foi uma ocasião em que D. Pedro anunciou publicamente que desobedeceria a ordem portuguesa e permaneceria no Brasil. Nessa altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da independência começava a ganhar força nas elites brasileiras.
A Lei do Cumpra-se
Em
maio de 1822, ficou decidido que as ordens enviadas por Portugal só teriam
validade no Brasil por meio da aprovação pessoal de D. Pedro, e isso ficou
conhecido como o Cumpra-se. Em Junho foi convocada uma Assembleia Constituinte,
com a intenção de elaborar uma Constituição para o Brasil. Uma das figuras mais importantes para o
processo de independência do Brasil foi de José Bonifácio.
Figura 4: José Bonifácio
No
final de Agosto, uma carta com novas ordens de Portugal chegava ao Brasil. As
Cortes criticavam os “privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do
regente Essa carta fez a esposa de D. Pedro, D. Leopoldina, convocar uma sessão
extraordinária que ficou decidida pela independência do Brasil. As notícias
trazidas de Portugal e a decisão dessa sessão extraordinária foram enviadas
para D. Pedro. O regente estava em viagem para São Paulo, e o mensageiro
alcançou a comitiva do regente em 7 de Setembro de 1822, às margens do Rio
Ipiranga. Ao inteirar-se da situação, D. Pedro declarou o Brasil independente.
Esse acontecimento é considerado como o marco da independência brasileira. D. Pedro foi aclamado e coroado imperador do Brasil, tornando-se D. Pedro I, e governou o Brasil até 1831, no chamado Primeiro Reinado ou primeiro império.
Figura 5: D. Leopoldina: esposa de D. Pedro I
SUGESTÕES DE VÍDEOS
https://www.youtube.com/watch?v=ptUthglDhbM
https://www.youtube.com/watch?v=kOPu0_x1Sns
Nenhum comentário:
Postar um comentário