Na história da educação do trabalho escravo, tão difícil quanto viver em uma sociedade escravocrata era adquirir algum tipo de instrução formal já que legalmente a constituição de 1824 art. 6º, não permitia a presença dos escravos, visto que esta era reservada aos cidadãos brasileiros, coibindo o ingresso destes que eram em sua maioria africanos de nascimento e de acordo com a lei apenas negros libertos provenientes de famílias de algum tipo de recursos ou “protegidos por ex-senhores poderiam freqüentá-la”.
Tanto Garcia, na Obra Identidade fragmentada (2007, p.34) quanto Silva e Araújo no artigo: Escolas dos Movimentos Negros e escolas Profissionais, Técnicas e Tecnológicas, (p. 68) ressaltam dois pontos que comprovam a ideologia de interdição do negro na reforma de Couto Ferraz em 1854 (decreto 1.331 A de 17 de fevereiro de 1854) que instituía a obrigatoriedade da escola primária para crianças maiores de 07 anos e a gratuidade das escolas primárias e secundárias da corte. Primeiro nas escolas públicas não seriam aceitas crianças com moléstias contagiosas e nem escravos; segundo não havia previsão de instrução para adultos. Confirmando a exclusão dos negros escravos, adultos e crianças.
O autor Marcus Vinícius, em Educação e Escravidão: um desafio para a análise historiográfica (p.127) cita o adestramento como uma forma de aprendizado que estava longe de ser atividade educacional, onde os meninos e meninas por volta dos 12 anos eram condicionados a trazer uma profissão por sobrenome, esta se resume a exercer habilidades manuais.
Maria Cristina , no artigo “Das Cambalhotas ao Trabalho escravo”, ressalta que o trabalho doméstico era uma forma de adestramento que desde cedo a criança já estava familiarizada com os trabalhos escravos, assim internalizando sua função dentro da sociedade escravista.
Maria Cristina , no artigo “Das Cambalhotas ao Trabalho escravo”, ressalta que o trabalho doméstico era uma forma de adestramento que desde cedo a criança já estava familiarizada com os trabalhos escravos, assim internalizando sua função dentro da sociedade escravista.
De acordo com Fonseca, esse processo de educação não se restringia a um mero adestramento, ou ao medo das constantes violências físicas.
Mas passava por um processo de aprendizagem que tinha como finalidade a transmissão de conteúdos, que os tornavam submissos e eficientes para o trabalho. Principalmente para a manutenção da sociedade escravista: A impregnação.
Mas passava por um processo de aprendizagem que tinha como finalidade a transmissão de conteúdos, que os tornavam submissos e eficientes para o trabalho. Principalmente para a manutenção da sociedade escravista: A impregnação.
Por esse processo o escravo desde a mais tenra idade vivenciava situações que permitia que o mesmo assimilasse a sua condição. Neste aspecto a situação do escravo era representada por um conjunto de práticas ou medidas educativas que visava obter o controle do escravo. Portanto, Maria Cristina Luz
Pinheiro confirma a idéia de que as crianças não eram poupadas do trabalho, tampouco representava um peso para os senhores, pois desempenhavam inúmeras tarefas ao longo do dia.
Pinheiro confirma a idéia de que as crianças não eram poupadas do trabalho, tampouco representava um peso para os senhores, pois desempenhavam inúmeras tarefas ao longo do dia.
“Os meninos e meninas desempenhavam múltiplas tarefas em casa como: servir à mesa, abanar moscas, carregar água, lavar pratos, servir café, auxiliar na cozinha, na limpeza da casa, esvaziar e limpar os urinóis, preparar o banho dos senhores. Também lavavam os pés dos membros da família e de visitantes, engraxavam os sapatos, escovavam as roupas, carregavam pacotes, balançavam a rede, faziam pequenas compras, levavam recados, cuidavam das crianças, eram pajens e mucamas”.
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