segunda-feira, 28 de setembro de 2020

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL, 1889

 

Proclamação da República, de Benedito Calixto(1893)

 

 A própria forma pela qual em geral nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro de 1889 - a "Proclamação da República" - já incorpora algumas idéias importantes. Em primeiro lugar, a de que ocorreu uma "proclamação". Mas o que é "proclamar"? É anunciar publicamente algo - no caso, que a Monarquia fora substituída pela República

 Origem do termo “república”

O termo “república” deriva do latim Res Publica e significa, literalmente, “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito ao interesse público de todos os cidadãos. República é uma forma de organização política que teve origem na antiga Roma, no século VI a.C.

 

No dia 15 de novembro, comemoramos a instalação da República no Brasil, forma de governo na qual o povo exerce soberania por meio da escolha do chefe da nação. Vamos relembrar como tudo isso aconteceu?

O Manifesto Republicano, Em 1870

As propostas do republicanismo só tomaram forma e se organizaram mais sistematicamente quando o jornal A República, na edição de 3 de dezembro de 1870, publicou o Manifesto Republicano.

O documento propunha que o país se transformasse em uma República federativa para se adequar à realidade dos demais países do continente e garantir uma relativa autonomia das províncias em relação ao governo central. Propunha ainda a laicidade do ensino, a separação entre o Estado e a Igreja e a renovação do Senado.

  

CONTEXTO HISTÓRICO

Na segunda metade do século XIX, podemos perceber uma série de eventos que acabaram desgastando a monarquia.

Apesar da crescente dívida externa, os primeiros anos do 2º Império experimentaram  estabilidade política e econômica. Essa conjuntura permitiu:

•          funcionamento Parlamento;

•          A eliminação das revoltas;

•          Um surto industrial, na Era Mauá;

•          O sucesso do café.

Tendo em vista as instabilidades europeias com as revoluções, a aparente estabilidade brasileira atraiu muitos imigrantes na segunda metade do XIX. Sendo a maioria deles destinados aos trabalhos nas crescentes lavouras paulistas.

 

CRISE ECONÔMICA

Contudo, a ilusão de um cenário estável logo ganhou outros contornos a partir de 1864, com a Guerra do Paraguai. O conflito brasileiro contra o país de Solano López se estendeu por seis anos, exigindo gastos exorbitantes com equipamentos militares e deslocamento de tropas.

A crise econômica que se instalou e a dívida externa por conta dessa guerra tiveram um impacto considerável no aumento da inflação. Os problemas financeiros do império foram tão grandes, que até mesmo a república, proclamada quase 20 anos depois, ainda herdaria essa crise.

 

O IMPÉRIO EM CRISE

Questões que monopolizaram a cena política nacional nas últimas décadas do império:

               Religiosa,

               Militar

               Abolição da escravidão.

 

QUESTÃO RELIGIOSA

A Constituição de 1824 outorgava ao imperador o direito de interferir na nomeação de bispos (padroado) e de decidir quais determinações do papa poderiam ser cumpridas no Brasil (beneplácito). A partir de 1869 - com base nas decisões do Concílio Vaticano I, que estabeleceu o dogma da infalibilidade do papa - a Igreja Católica começou uma campanha para aumentar o poder papal em relação aos poderes regionais, tanto civis como eclesiásticos.

Nesse contexto iniciou-se uma briga entre o clero brasileiro e o imperador por causa da maçonaria - sociedade secreta da qual possivelmente o imperador fazia parte. Todos os documentos do papa que condenavam a maçonaria eram vetados por Pedro II, o que gerou uma crise entre o Estado e a Igreja. Essa crise teve como momento mais grave a prisão, em 1874, de dois bispos que recusavam a reconhecer o predomínio da autoridade do imperador sobre a autoridade do papa. No ano seguinte, o imperador anistiou os dois bispos, mas havia perdido definitivamente o apoio da Igreja católica.

 

 QUESTÃO MILITAR

No governo de Pedro II, a Academia Militar foi reformulada e seu alto nível de ensino foi elemento importante na formação de uma elite militar bastante esclarecida e interessada em participar da vida política nacional. A vitória na guerra contra o Paraguai (1864-1870), além de garantir prestígio às tropas, colocou os militares em contato com as ideias abolicionistas e republicanas, o que fez muitos deles saírem do conflito abolicionistas, republicanos e com prestígio social.

Desta forma, a partir de 1883, uma série de desentendimentos entre o Exército e o parlamento teve início. Essas desavenças obrigaram D. Pedro II a desmobilizar núcleos politizados do exército. Essas atitudes soaram como afrontas para muitos militares, que cada vez mais passaram a apoiar o fim do Império.

 ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO

A Guerra do Paraguai também agiu como um importante estimulante para o crescimento da onda abolicionista. Muitos dos escravizados que lutaram nas batalhas, além de receberem o prestígio dos militares, retornaram alforriados para o Brasil. Outros, no entanto, serviram ao império e tiveram ainda que voltar para seus proprietários, sem qualquer recompensa.

Essa conjuntura provocou a reflexão em novas camadas sociais, sobretudo na política, fortalecendo os movimentos abolicionistas. Apesar de D. Pedro II ser simpático a causa em discursos internacionais, entre os latifundiários e escravocratas a postura era conservadora

A gradual conquista da abolição com a lei Eusébio de Queiroz, lei do ventre-livre e lei do sexagenário desagradava a elite econômica.

Entretanto, foi com a Lei Áurea (1888), que aboliu a escravidão sem indenização para escravizados e senhores, que o laço entre império e cafeicultores ruiu. Insatisfeitos com a medida tomada pela Princesa Isabel, a monarquia, enfim, perdeu um de seus principais aliados.

Nos últimos anos do Império, os escravocratas representavam o último grupo social de peso que ainda apoiava a monarquia.A abolição da escravidão aparece, no contexto da transição para a república, como o golpe final numa estrutura que já tinha sua base totalmente corroída. A república era um acontecimento de contornos bem nítidos, faltavam apenas algumas pinceladas para que surgisse totalmente definida.

 

 A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

O ideal republicano crescia e as pressões sobre o velho e doente imperador acentuaram-se. Em fins de 1888 foi nomeado o último primeiro-ministro do Império, Afonso Celso de Oliveira Figueiredo, o visconde de Ouro Preto.

Numa tentativa de manter a monarquia, Ouro Preto anunciou uma série de medidas reformistas, influenciadas pelas ideias republicanas. A Câmara rejeitou as reformas e foi dissolvida.

Os republicanos aproveitaram a crise política e, no dia 14 de novembro de 1889, lançaram o boato de que o primeiro-ministro havia decretado a prisão de Deodoro da Fonseca e de Benjamin Constant. O boato sublevou os quartéis contra o governo imperial.

Na manhã do dia 15 o marechal e suas tropas invadiram o Ministério da Guerra, onde monarquistas estavam reunidos, e destituíram Ouro Preto de seu cargo de primeiro-ministro. Os monarquistas não reagiram e assim, dentro de um gabinete militar, a república foi instaurada.

O próprio Deodoro avisou ao imperador que a monarquia havia acabado. D. Pedro II e sua família voltaram para Portugal.

Na tarde de 15 de novembro de 1889, foi proclamada oficialmente a república brasileira e, de forma semelhante ao que acontecera em 1822, o povo, sem qualquer participação em todo o processo, pouco entendia o que estava acontecendo. Segundo o jornalista Aristides Lobo, em uma publicação no Diário Popular, no dia 18 de novembro: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava.”!

 

Manuel Deodoro da Fonseca: 1º Presidente do Brasil

15 de novembro é feriado nacional?

Todo ano o 15 de novembro é considerado feriado nacional por determinação da legislação brasileira. Em 14 de janeiro de 1890, foi emitida a primeira lei reconhecendo o dia como feriado. Essa lei foi o Decreto nº 155-B, que determinou o feriado como um dia para celebrar a “pátria brasileira”. Essa ação, no entanto, foi uma de muitas para garantir legitimidade à recém-instaurada república no Brasil e garantir que o dia e o republicanismo ficassem impregnados no imaginário popular.

 

 Sugestões complementares:



          https://www.youtube.com/watch?v=T2gMKpADSQU&feature=youtu.be



PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO- 1822/1889

 

1844, François René Moreaux- Pintura


O império brasileiro pode ser dividido em três períodos ou fases:
  •  Primeiro Império/reinado - 1822/1831)
  •  Período Regencial- 1831/1840
  •  Segundo Império/reinado – 1840/1889 

PRIMEIRO REINADO

D. Pedro I

O Primeiro Reinado foi o período da história do Brasil iniciado a partir da independência do país, em 1822, até 1831.

 RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA

O primeiro pais a reconhecer a independência do Brasil foi os Estados Unidos da América, no ano de 1824.

No ano de 1825 foi à vez de Portugal reconhecer a independência de sua antiga colônia. Mas exigiu uma indenização de dois milhões de libras

 GRUPOS POLÍTICOS:

👉O Partido Português: Articulava a recolonização do Brasil

👉O Partido Brasileiro: era subdividido em

      Conservadores: defendiam uma monarquia centralizada

      Liberais: queriam uma monarquia constitucional

 

 ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE, 1823

Criada com o objetivo de elaborar a constituição do Brasil, foi fechada por D. Pedro I, pois não defendiam os interesses do mesmo. Porém, a Assembleia ficou reunida na noite de 11 para 12 de novembro, episódio conhecido como Noite da Agonia.

Desta forma o imperador convocou conselho de Estado e foi elaborada uma constituição a primeira do Brasil.

 A CONSTITUIÇÃO DE 1824

Principais características

      Outorgada

      Hereditária

      4 poderes: Executivo: imperador e ministros;

o   Legislativos: deputados e senadores;

o   Judiciário: tribunais e juízes;

o   Moderador: poder absoluto do imperador

      O país foi dividido em províncias,

      O voto era censitário

      Eleições indiretas;

      Oficialização da religião católica

Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos representantes do povo.

Outorgada: é a constituição imposta ao povo pelo governante.

 Por que o Brasil tornou-se uma monarquia?

Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, a escolha da monarquia por alguns motivos:

 As guerras de independência

Para garantir a independência e manter a unidade territorial D. Pedro I teve que enfrentar a resistência de algumas províncias, governadas por portugueses e que se mantiveram leais às Corte portuguesas.

Bahia, Piauí, Grão-Pará, Maranhão e Província Cisplatina (Uruguai) se armaram contra a Independência do Brasil.

As guerras de independência contrariam a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica.

 CONFLITOS NO PRIMEIRO REINADO:

A Confederação do Equador 

Guerra da Cisplatina


👉Confederação do Equador

A Execução de Frei Caneca, 1924. Óleo sobre tela. Acervo do Museu Murillo La Greca — Recife, Pernambuco, Brasil

Constituição de 1824, por atribuir tanto poder ao Dom Pedro I, foi motivo de muitas insatisfações e gerou rebeliões espalhadas pelo Brasil. Uma das mais conhecidas foi a chamada Confederação do Equador, que aconteceu principalmente em Pernambuco, e teve como um de seus líderes mais conhecidos Frei Caneca.
Frei Caneca, grande questionador do poder moderador, foi o responsável pelo documento da Confederação do Equador, que previa a emancipação e proclamação de uma República no Nordeste, formada pelos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande Norte, Alagoas e Paraíba.

Essa rebelião teve apoio popular e tinha como objetivo a proclamação da República no Nordeste

A Confederação terminou com repressão violenta inclusive o frei caneca foi fuzilado.

 

👉Guerra da Cisplatina

Essa guerra foi iniciada quando rebeldes da Cisplatina declararam a separação da província do Brasil e sua vinculação com as Províncias Unidas (atual Argentina).

A guerra foi um fracasso, pois o Brasil sofreu derrotas em inúmeras batalhas.

O resultado disso foi que o Brasil assinou um cessar-fogo com os argentinos e ambos reconheceram a independência do Uruguai em 1828.

A guerra reduziu a popularidade do imperador, pois, além das humilhações militares, o país amargou uma forte crise na economia como resultado dos gastos no conflito.

 

Como terminou o Primeiro Reinado?

Os desgastes na relação de D. Pedro I com grande parte da sociedade, em especial com certa elite política e econômica, fizeram com que o imperador renunciasse o trono em favor de seu filho, Pedro de Alcântara. Dessa forma, em 1831, o Primeiro Reinado chegou ao fim.

Entre os eventos que contribuíram para fragilizar a posição do imperador, podemos citar como os de maior destaque:

      Conflitos durante o primeiro reinado: Confederação do Equador e Guerra da Cisplatina

      Noite das Garrafadas: Os desentendimentos entre brasileiros e portugueses eram tão grandes que o resultado foi um grande confronto entre os dois lados nas ruas da cidade do Rio de Janeiro.

      Crise econômica:  empréstimos aumentavam a inflação;

      Sucessão do trono português: Morte do rei de Portugal, O pai de D. Pedro I, 1826.

      Autoritarismo de D. Pedro I: D. Pedro I era mal visto por ser autoritário e incompetente para resolver os problemas políticos e econômicos do Brasil.

        Assassinato de Líbero Badaró: A imagem de D. Pedro I saiu

mais desgastada ainda quando o jornalista italiano Líbero Badaró foi

assassinado em novembro de 1830.

 

 A ABDICAÇÃO DE D.PEDRO I 

A Abdicação de D, Pedro I, ocorrida em 7 de abril de 1831, deveu-se a uma série de complicações políticas nascidas dos interesses de brasileiros e portugueses, à época.

Juramento da Constituição Outorgada de 1824 pela nova rainha de Portugal, Maria da Glória (D. Maria II). Desenho de Domingos António de Sequeira, 1826. Domínio público, Museu Nacional de Arte Antiga

Em meio a tudo isso, D. Pedro I decide abdicar do trono em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara. No bilhete de sua abdicação está escrito:

Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que, hei mui voluntariamente, abdicado na pessoa do meu muito amado e prezado filho, o sr. D. Pedro de Alcântara." Boa Vista, sete de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império. Pedro.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/teria-dom-pedro-i-mandado-matar-libero-badaro-jornalista-liberal-da-oposicao.phtml


SUGESTÃO DE VÍDEO

https://www.youtube.com/watch?v=Va01QETRzmg

GOVERNOS TOTALITÁRIOS - NAZISMO

 O totalitarismo é um sistema político caracterizado pelo domínio absoluto de uma pessoa ou partido político sobre uma nação. Dentro do totalitarismo, a pessoa ou partido político no poder controla todos os aspectos da vida pública e da vida privada por meio de um governo abertamente autoritário.


CONTEXTO DE SURGIMENTO 

O totalitarismo esteve no auge durante as décadas de 1920 e 1930. Seu surgimento aconteceu após :

O avanço destes regimes foi favorecido pela crise das democracias liberais, pós-Primeira Guerra Mundial e pela Grande Depressão 

Dificuldades do pós-guerra 

Crise do Capitalismo internacional 

Fragilidade das democracias liberais. 

Avanço do socialismo 


Características do totalitarismo

Partido único 

Ideologia oficial 

Estado policial 

Propaganda estatal 

Censura 

Política expansionista 

Estado policial 

Propaganda estatal 

Intervencionismo econômico 

O culto ao líder 

 Alemães realizando a saudação nazista

NAZISMO ALEMÃO

A expressão “Nazismo” deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura para o “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”, organizado por Adolf Hitler na década de 1920. 

Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores, através do Tratado de Versalhes. 

Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu um ressentimento. Revigorava o extremismo nacionalista na Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.

A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a República de Weimar, cidade onde foi elaborada a Constituição que deu as novas diretrizes políticas ao país. O Nazismo articulou-se dentro da República de Weimar  com vários outros partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído.

Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados entre os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão Americana, a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu principal investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das propostas do Nazismo.


ADOLF HITLER

 Hitler, líder do Nazismo e o símbolo deste regime


Adolf Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia participado da Primeira Guerra como soldado combatente da Tríplice Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar um grupo de ex-combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã que desenvolveu uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha, o passado glorioso alemão, isto é, dar continuidade aos dois grandes impérios que a Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou o suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império” (Terceiro Reich).

Ainda antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o poder. Em 1923, os nazistas articularam um golpe no Estado da Baviera e acabaram sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou registrada no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que o Partido Nazista viria a executar estava nesse livro. Por meio do Partido Nazista, Hitler conseguiu, eleger representantes no parlamento da República de Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de chanceler, ficando apenas abaixo do presidente Von Hindenburg.

Em 1933, após o parlamento alemão ter sido incendiado, Hitler e os nazistas passaram a pressionar o presidente Hindenburg a lhe dar maiores poderes. A partir desse ano começou propriamente a ditadura nazista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os títulos de chanceler, de presidente e de “führer”, senhor e líder, de todos os alemães. O regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.

Características do Nazismo

As características principais do nazismo derivaram-se das ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. O controle da população por meio da propaganda e o uso do rádio e do cinema.

O antissemitismo: ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha enfrentava. Associado ao antissemitismo estava a noção racista e eugenista da superioridade do homem branco germânico, ou da raça ariana, e a construção de um “espaço vital” para que essa raça construísse seu império mundial. Esse espaço vital compreendia vastas regiões do continente europeu, que segundo os planos de Hitler deveriam ser invadidas e conquistadas.

Hitler preparou seu país, que havia sido derrotado na Primeira Guerra Mundial, para uma guerra contra as potências europeias que haviam participado do combate anterior e vencido a Alemanha. Ao longo da década de 1930, esse último país desrespeitou os termos do Tratado de Versalhes e foi expandindo seu território pela Europa.



A GESTAPO reservou aos seus prisioneiros afogamentos em água gelada, choques elétricos, esmagamento de testículos e queimaduras.


SUGESTÕES COMPLEMENTARES

https://www.youtube.com/watch?v=yzEhK0NOT5M&feature=emb_logo

https://www.youtube.com/watch?v=zu3rThEoyAA&feature=emb_logo










quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – 1914-1918



Diversos problemas atingiam as principais nações europeias no início do século XX. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.

Principais causas da Primeira Guerra Mundial 

👉Imperialismo: prática de expansão política, cultural, territorial e econômica, por meio do qual, uma nação tem como objetivo o domínio de outras. Dessa forma, os Estados que possuem muito poder bélico e econômico, empreendem forças visando a conquista de territórios e o aumento da influência sobre outros países.

👉Nacionalismo 

Pan-germanismo:  A Alemanha deu início a um movimento chamado Pangermanismo, que servia como suporte ideológico para os alemães defenderem a expansão territorial no início do século XX. O Pangermanismo também implicava colocar a Alemanha como força econômica e militar hegemonicamente na Europa.

Revanchismo Francês: Em 1870, a Alemanha já tinha ganhado outro inimigo ao vencer a França na Guerra Franco-Prussiana. Com a derrota, os franceses tiveram que entregar a região de Alsácia-Lorena, rica em jazidas de ferro e carvão mineral. Nos anos seguintes sentiram-se humilhados por terem que importar carvão dos alemães.

Pan-eslavismo: Política estimulada pela Rússia, defendia a união de todos os povos de origem eslava Rússia tinha interesses em estender seu território na região dos Bálcãs. O Império Austro-Húngaro (vários povos: tchecos, eslovacos, croatas, poloneses e sérvios) pretendia o mesmo. 

Crise Balcânica: Os conflitos entre Áustria e Sérvia na península balcânica colaboram para acirrar as diferenças nacionalistas entre os países europeus. Com o apoio da Rússia, os sérvios tentaram conter o expansionismo austríaco. Em 1908 a Áustria anexou a Bósnia-Herzegóvina impedindo que a Sérvia mantivesse sua política de organizar a “Grande Sérvia”, que incorporaria as regiões balcânicas de povos eslavos.

👉Corrida armamentista x Paz armada: Europa utilizava seu capital para investir em armamentos, transformando o velho continente europeu em um campo militar. 

As demais nações também direcionavam os lucros obtidos por progressos industriais, científicos e tecnológicos para o desenvolvimento de armas.

 A corrida Armamentista foi provoca devido à expansão imperialista, que somada com a exaltação do nacionalismo e patriotismo desencadearam uma guerra.

 A Paz Armada tem início com a unificação alemã, que ocasionou a formação de alianças político-militares por parte da Alemanha, como prevenção a qualquer revanche francesa

FORMAÇÃO DOS BLOCOS/ O SISTEMA DE ALIANÇAS


O aumento das tensões podia ser verificado desde o final do século XIX. Os países europeus procuravam então organizar os exércitos, produzir armamentos e fazer acordos entre si para garantir força na disputa.

Tríplice Aliança - Reunia o Império Alemão, o Império Áustro-Húngaro e a Itália, desde 1882, com o objetivo de enfrentar o expansionismo francês na Europa.

Iniciada a Guerra, a Itália declarou-se neutra e posteriormente apoiou a França, o Império Otomano aliou-se a Alemanha e por suas rivalidades com a Rússia. A Bulgária, que tinha interesses na Península Balcânica, também se alia à Alemanha.

Tríplice Entente - Tem por base a Entente Cordiale, formada em 1904 pela Grã Bretanha e pela França para opor-se ao expansionismo alemão. Em 1907, com a adesão da Rússia, ela se transforma na Tríplice Entente. Durante a guerra, outras 24 nações incorporam-se à Entente, formando uma ampla coalizão chamada de Aliados.

Causa imediata/estopim

O início da Primeira Guerra Mundial O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do Império Austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram a um jovem contrário à influência do Império Áustro-Húngaro na região dos Balcãs. O Império Austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

Entrada dos EUA na guerra

Navios norte-americanos foram alvejados pelos submarinos da Alemanha. Os Estados Unidos era o principal fornecedor (exportador) de alimentos e armamentos para a França e Inglaterra 

Fases da guerra:

Guerra de movimento 
Guerra de trincheiras
Fase final 

GUERRA DE MOVIMENTO 1914-1915: durante os primeiros meses da guerra, até o início de 1915, a característica marcante foi o deslocamento constante das tropas. Os principais ataques foram realizados pela Alemanha que procurou neutralizar os russos na frente oriental enquanto avançou sobre a França no lado ocidental.

GUERRA DE TRINCHEIRAS 1915-1918

Soldados em trincheira na cidade de Galípoli, Turquia, 1915



 É um tipo de guerra terrestre utilizando linhas ocupadas, onde as tropas que lá estão desfrutam de uma posição protegida contra ataques de projéteis balísticos inimigos.

É reflexo de uma situação de equilíbrio de forças, fazendo com que os exércitos procurassem garantir suas posições, preparando novas conquistas. Esse foi um longo período, até 1917, caracterizado por grande desgaste: elevada mortalidade, grande destruição, elevados gastos financeiros. Na tentativa de conseguir vantagens, os países envolvidos na guerra procuraram desenvolver novos armamentos (canhões de longo alcance, tanques, aviões, submarinos) criando novas tecnologias eu pudessem ser aplicadas na guerra. 

SEGUNDA FASE DE MOVIMENTO OU FASE FINAL 

Os alemães procuraram jogar todas as suas forças na frente ocidental, porém começava a ficar isolada, comprometendo o abastecimento do país. A derrota da Turquia e da Bulgária comprometeu o transporte de produtos para a Europa Central. Em setembro de 1918 as forças aliadas desfecharam uma grande ofensiva contra os alemães, que foram obrigados a recuar. No interior do país aumentava o descontentamento e as pressões sobre o Imperador, que acabou por abdicar.

A Alemanha assinou o armistício com os Aliados em 11 de novembro de 1918, depois de uma revolução conduzida por social-democratas (socialistas) e comunistas proclamaram a República no dia 9. 

TRATADO DE VERSALHES 

A Conferência de Paz de Paris, reuniu todos os países beligerantes, exceto a Rússia. Durante seus trabalhos, a Itália, insatisfeita em suas pretensões coloniais, retirou-se. Em junho, Estados Unidos, França e Inglaterra, denominados os “Três Grandes” impuseram à Alemanha o Tratado de Versalhes, com pesadas cláusulas territoriais, militares e financeiras. 


Principais cláusulas do Tratado de Versalhes:

Devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França;
Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia.
Pagar indenização de guerra.
Não ter exército superior a 100 mil homens.
Proibição de Marinha de Guerra, artilharia pesada, tanques e aviões.
Proibição de indústria bélica. 

 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA




Morreram 9 milhões de pessoas, e feridos cerca de 30 milhões.

Houve um surto de gripe espanhola, que matou muito mais gente do que na guerra. 

Grandes prejuízos materiais – plantações devastadas, florestas queimadas, lares destruídos. Fortalecimento dos Estados Unidos no cenário político e militar mundial.

Os aliados ficaram muito endividados com os EUA – os valores nunca foram totalmente pagos. 

O Tratado de Versalhes provocou um forte ressentimento na Alemanha devido a humilhação imposta. 

Criação da Liga das Nações, com o objetivo de garantir a paz mundial.

Desenvolvimento de vários armamentos de guerra como, por exemplo, tanques de guerra e aviões.

O desemprego, a inflação alta e a queda dos salários fizeram o correr um caos social em vários países. 

As mulheres, que haviam saído de casa para trabalhar nos lugares dos homens durante a guerra, recusaram-se a abandonar os empregos e se tornaram mais independentes

Desintegração dos impérios Otomano e Austro-Húngaro.

Destruição de cidades e economias arrasadas 

Fortalecimento e desenvolvimento da industrialização brasileira.

Redesenhou o mapa político da Europa e do Oriente Médio;

Marcou a queda do capitalismo liberal;

Permitiu a ascensão econômica e política dos Estados Unidos.


SUGESTÃO DE VÍDEO:


https://www.youtube.com/watch?v=ZfZAle8CVgg