Este texto de A província do Pará foi consequências de horas na Biblioteca pública do Estado.
HOMENS E COISAS
Como andam as coisas! Que horrorosa balburdia, santo Deus! É uma coisa nunca vista!
O nosso assunto é a chuva.
Sim, amabilíssimo leitor, a chuva, ou as chuvas torrenciais que todos os dias desabam sobre este solo ubérrimo da nossa pátria.
Parece uma condenação. Olhe que já aborrece. É chuva de manhã, chuva de tarde, chuva de noite. Chuva miudinha, chuva graúda, chuva de chique-chique, chuva de toda forma; e quando não chove, chuvisca; quando não chuvisca, peneira.
Arre! que já é chover! E que chuva, leitor, que chuva! capaz de amolecer o ferro ou o mármore. Se fossemos de tapioca - em vez de sermos de carne e osso - a humanidade toda estaria convertida em uma grande massa, informe e maleável, com a qual poderia Deus formar um universo novo. E quem nos dera que assim fosse! Não acha, leitor?,- porque ao menos, – quem sabe? – talvez com a tempestade as coisas melhorassem e a humanidade ficasse expurgada dos mão-de-seda et(...)[1]
(...)
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