domingo, 30 de maio de 2010

A MÍDIA E AS COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES


Frequentemente é abordado pela mídia o discurso sobre as cotas para negros nas universidades. Revistas e jornais também têm se ocupado deste tema. Levando em consideração as influências que estes meios têm sobre a sociedade brasileira, ditando formas de agir e pensar. Auxiliando na constituição da identidade.
Alguns discurso na mídia são extremamente semelhantes, isto é, apresentam o discurso sob uma ótica dos grupos dominantes da sociedade onde geralmente aparecem:
  • O DISCURSO DA DEMOCRACIA RACIAL
  • O DISCURSO DOS SABERES

O DISCURSO DA DEMOCRACIA RACIAL
 É quando se recorre ao pensador brasileiro, autor de "Casa Grande e Senzala", Gilberto Freyre e sua idéia de vivencia harmônica a partir da integração biológica e cultural do índio, do português e do negro africano que resultou no homem brasileiro. Neste aspecto, não se considera as diferenças e particularidades dos grupos sociais. Considerando-os iguais. Sob este aspecto o preconceito e discriminação não existem na sociedade brasileira. E todos têm as mesmas oportunidades.
 É o que acontece na reportagem da Revista Veja de 06/06/07, onde a questão das cotas para negro é considerada como,
As políticas raciais que se pretende implantar no país por força da lei têm potencial explosivo porque se assentam numa assertiva equivocada: a de que a sociedade brasileira é, em essência, racista. Nada mais falso
Ou ainda na fala da antropóloga Yvonne Maggie, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
A discriminação existe no dia-a dia e precisa ser combatida, mas, se ambas as leis entrarem em vigor, estaremos construindo legalmente um país dividido em raças, e isso é muito grave. Será como tentar apagar fogo com gasolina"
 De acordo com as citações as cotas é que representam uma ação discriminatória, equivocada, mas logo abaixo a antropóloga confirma que há preconceito é que se o negro não tem acesso a universidade e a cargos importantes, não é porque se tentou impedi, .
 O fato de existir um enorme contingente de negros pobres no Brasil resulta de circunstâncias históricas, não de uma predisposição dos brancos para impedir a ascensão social dos negros na sociedade.”

Após a abolição da escravatura, em 1888, nunca houve barreiras institucionais aos negros no país.”

E ainda “O mérito acadêmico fica em segundo plano

O DISCURSO DOS SABERES
Neste outro ponto comum as noticias e reportagem sobre as cotas para negro, se recorre a teorias, conhecimento jurídico para se confirmar que as cotas não são necessárias e até inconstitucional,
A lei de cotas e o estatuto racial são monstruosidades jurídicas que atropelam a Constituição
  
O discurso da igualdade é literal, e não nos direitos, pois se percebe-se claramente que nem todos são iguais, mas que precisam ser incluídos na sociedade.
 Enfim no discurso da mídia sobre as cotas para negro nas universidades fica implícito a:
        Superioridade branca;
         Negro fadado ao fracasso;
        Traços discriminatórios contra o negro;
        Perpetuação da classe branca;
        Objetivo polemizar-contra X a favor- só se mostra as pessoas que são contra;
        Inconstitucional;
        Não é necessário;
        Privilegia o negro, favorece sem méritos;
        Retrocesso;
        É mostrada sob a Ideologia dominante;
        Inferioriza o negro;
        Não considera o processo histórico;
        Não se considera a estrutura da atual sociedade;

"A idéia da existência de uma democracia racial é refutada a partir da utilização do adjetivo falsa que desmistifica a idéia tão propagada por algum tempo, mas colocada em prova neste momento, de que todos são iguais. Isso permite, novamente, agora com um discurso de defesa, a utilização do verbo tentar, como algo ainda em processo e ainda não efetivada, no caso a noção de igualdade, que refletida ideologicamente nos discursos que veiculam posições contra a adoção de políticas de cotas no processo de construção de identidades sociais do negro, em que há discursividades que procuram, ao invés de abolir, dissimular as desigualdades sociais." ( SERAFIM, 2005)

 
COSTA, Emília Viotti da. Da Senzala à colônia. São Paulo: Difel, 1980.
SKIDMORE, Thomas E. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Paz E Terra, 1989.
SERAFIM, C. E. R. (Discente-Autor /Mest.Acadêmico), 2005. Interdiscurso e produção identitária: as cotas paranegros no discurso midiático.; Congresso Internacional Cotidiano: Diálogos sobre Diálogos.: Anais do Congresso Internacional Cotidiano: Diálogos sobre Diálogos., 1, 1, ISBN: Português, Impresso.
VEJA on line, nº 2011, 6 de junho de 2007. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 05/05/2010.
 Revista Época no. 1522 http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca acesso 18/03/2010 .



segunda-feira, 17 de maio de 2010

A música e resistência escrava norte americana - O negro spiritual

Além do jazz, outra manifestação musical dos negros americanos merece consideração é o Negro Spiritual, que também era uma forma dos negros escravos exporem suas idéias.
Apesar do duro trabalho, da pobreza e da opressão na América, eles cantaram em cada ocasião possível. Cantaram ao colherem algodão, milho, na prisão e na igreja. Mas, podemos dizer que se os escravos tivessem que julgar o cristianismo apenas por seus senhores e mestre brancos, poucos poderiam ter se tornado cristãos. Pois seus proprietários faziam da fé uma profissão de domingo, e durante a áspera semana era ignorada. Porem, os sofrimentos de cristo e dos judeus antigos, levaram o povo negro ao cristianismo. Histórias como a de Moisés, de José e Daniel eram vistas como inspirações para a sua fé, através de suas canções.
O negro spiritual são canções dos escravos que expressavam as emoções religiosas mais profundas da alma tocada por Cristo, sendo uma das mais autênticas do mundo. Mas, este ritmo deu ao escravo uma identidade que ia além do que diziam as suas canções, ou seja, tinha um sentido que remetiam aos ideais de liberdade, esperança, amor e resistência.
Os compositores do negro spiritual são desconhecidos, pois suas canções se transformaram em tradições orais.
Não podemos esquecer em momento algum, que a população africana negra nos EUA era tratada como animais, objetos que podiam ser comprados e vendidos a qualquer momento. Separados de suas origens, de sua cultura e da família submetidos a longas horas de trabalho. E mesmo após a desagregação do regime escravocrata, a população negra teve -e ainda continua- que lutar efetivamente por sua liberdade. Já que o racismo que foi desencadeado com o fim da escravidão, continuou vivo e cada vez mais impede a integração social do negro nos Estados Unidos.
Os negros alcançaram a sua consciência de sua condição de exploração e submissão, e antes do que se pensa, lideravam o movimento antiescravista, isto é, os escravos dos EUA, não aceitaram passivamente a situação a qual estavam submetidos.
Então os instrumentos que contribuíram para a luta contra o escravismo ganharam força, nas canções, nas músicas criadas pelos negros: o jazz, negro spiritual.
Através destes ritmos os negros despertavam, difundiam as idéias de liberdade, expressavam suas dor, sua alegria, seus desejos, sua angústia, seus trabalho, suas exasperações. E ainda mantiveram elementos da sua cultura. Representando desta forma uma resistência à dominação branca.
No entanto estes ritmos não ficaram restritos aos negros. Os brancos também se apropriaram do ritmo, e a partir daí surgiram diversas ramificações. Assim como o negro spiritual, o jazz se espalhou por todo o mundo. E várias músicas de diferentes nacionalidades não param de inventar o velho estilo que nasceu da cabeça de trabalhadores negros de longígua lavoura de algodão no Sul dos EUA. Os negros mantiveram vivo o protesto contra o preconceito,a discriminação e o racismo.


HEALE, M. J. A Revolução Norte-Americana. São Paulo, Ática, 1991.

Música e a resistência escrava norte americana I


No final do século XVIII, havia nos Estados Unidos uma grande diferença entre as regiões Norte e Sul. Ao Norte estavam às indústrias, o comércio e as propriedades agrícolas de pequeno porte. O Sul abrigava o latifúndio, a monocultura baseada na mão de obra escrava de origem africana. A sociedade sulista americana possuía praticamente, duas camadas sociais: a poderosa aristocracia agrária e a massa de escravos. Estes eram tratados da pior forma possível e trabalhavam nas plantações de fumo e algodão.
Os negros levados para a América eram portadores de uma antiga carga musical. E quando a música vinda da áfrica se chocou com os rituais europeus (polca, musica clássica e marcha) que já estavam na América surgiu a forma embrionária do jazz. Os negros assimilaram os ritmos europeus e o reconstruíram dentro de seus próprios preceitos.
A musica chamada jazz surge em torno de 1885, e se caracteriza, além do uso freqüente de improvisações, pela ruptura com as tradições ocidentais. Conservando, portanto, a memória, os cantos e as danças de origem africana, que em contato com o protestantismo do sul passam a ter uma maneira própria e original.
Em sua maioria os músicos de jazz não eram leitores, mas podiam ler a música em tudo, resultando numa forma espontânea de tocar que capturava a alegria e o sentido que davam a realidade.

O conjunto de Buddy Boldem parece ter sido a primeira orquestra negra de jazz a tocar nas tabernas de New Oleans. No entanto o mesmo jazz era tocado nas festas campestres, nos piqueniques, nos enterros e no carnaval.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ganhei um prêmio!






 Estou intimamente feliz, pois o blog recebeu o prêmio dardos (reconhecimento entre blogueiros) concedido pelo Professor de História Eric.
O seu blog http://ericsiq.blogspot.com é conhecido entre os professores e alunos. Além de ser muito visitado, somando o total de 12.339 acessos, é vencedor dos prêmios: I Concurso de blogs paraense e do 2º Concurso de blogs de Belém.
O blog do professor Eric é exemplo para outros professores que buscam inserir a informática como instrumento facilitador do processo educativo.
Obrigado!
Blog do professor Eric:  http://ericsiq.blogspot.com


O Prêmio Dardos reconhece os valores que cada blogueiro mostra a cada dia no seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.

O Prêmio DARDOS tem três regras:

1. Exibir a imagem do selo no blog.
2. Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.
3. Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.

Gostaria de compartilhar este prêmio com professores e bloqueiros, que buscam levar ao conhecimento e informação para além da sala de aula.