segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Condições que propiciaram a escrita e leitura de escravos


Quanto às condições que propiciaram a alfabetização de escravos e de forros, segundo Wissenbach (2002), em seu trabalho “Cartas, procurações, escapulários e patuás: Os múltiplos significados da escrita entre escravos e forros na sociedade oitocentista brasileira” [1], podem ser ressaltados dois aspectos importante:
Em primeiro lugar, a presença de hábitos de escrita e de leitura difundidos principalmente entre plantéis pertencentes às ordens religiosas e ao clero. Havendo casos de relatos de escravos alfabetizados entre os planteis pertencentes ao mosteiro de São Bento, ao convento do Carmo, bem como ao clero secular. Neste aspecto o acesso à leitura e a escrita era considerada uma regalia.
Em segundo, associação a situações singulares do trabalho urbano, mas, principalmente, a trabalhadores que exerciam atividades autônomas. Nesta circunstância, (...) às exigências decorrentes do desempenho autônomo de escravos que, com seus ofícios especializados, eram obrigados a participar de um mercado de trabalho competitivo e agenciar por conta própria seus serviços.

Caffé (sic) Torrado, 1826 Museus Castro Maya - IPHAN/MinC (Rio de Janeiro) Debret

O domínio da leitura e da escrita era uma habilidade exibida com orgulho  tanto quanto o de ostentar armas, posses.
Ter acesso à leitura e a escrita era uma forma de resistência escrava, pois os que conseguiam ter conhecimentos poderiam se articular, organizar ou até realizar acordos com os senhores.



[1] Revista brasileira de história da educação n° 4 jul./dez. 2002

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