segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sociedade da borracha



O “ OURO NEGRO ”
Momento marcante para a “criação” da Amazônia brasileira foi propiciado pela Revolução Industrial. A vulcanização da borracha, substância que só existia na floresta amazônica e que passou a valer ouro negro, e motivou uma intensa migração de homens vindos de todas as partes do mundo. Fascinados pela promessa de riqueza, novas levas de europeus atravessaram o oceano, aventuraram-se em cidades e vilas até então isoladas na floresta. O contingente mais numeroso era de sírio-libaneses, especializados no comércio, mas vieram também italianos, franceses, portugueses e ingleses em grande número.

A VINDA DOS NORDESTINOS
A borracha estava na floresta, espalhada em longas distâncias habitadas por índios. Era necessário colhê-la nas árvores, ainda líquida, defumá-la até ficar sólida, transportá-la até as margens dos rios e daí para o comércio nas cidades, um trabalho penoso e perigoso, que só poderia ser realizado por um exército de homens acostumados à vida mais rude. Esse exército veio Nordeste do Brasil, empurrado pela miséria e pelas grandes secas, como as de 1877 e 1878. Antes que o século findasse, mais de 300 mil nordestinos, principalmente do sertão do Ceará, migraram para a Amazônia.
Nos seringais, esses homens valiam menos que os escravos. Na outra extremidade da sociedade regional, os seringalistas e grandes comerciantes usufruíam da riqueza fácil proporcionada pela borracha. Essa evidente contradição no quadro social do Ciclo da Borracha se devia a um perverso sistema de exploração, que consumiu a vida de milhares de homens. O sistema de aviamento se constituía numa rede de créditos e se espalhou nos imensos seringais que foram abertos em todos os vales amazônicos.

SOCIEDADE: (Seringalista x Seringueiro)
Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais de produção.
Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista morava.
Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área, localizava a casa do seringueiro e as "estradas" de seringa. Um seringal possuía várias colocações.
Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e traziam pélas de borracha para o barracão.
Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais acreanos.
Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se aclimatar à vida amazônica.
Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebiam financiamento das Casas Aviadoras.
Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e formavam as pélas de borracha.
Gerente: "braço-direito" do seringalista, inspecionava todas as atividades do seringal.
Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava tudo o que entrava e saía.
Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha.
Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a borracha ao seringalista.
Mateiro: identificava as áreas da floresta que continha o maior número de seringueiras.
Toqueiro: Abriam as "estradas".
Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça.
Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao seringalista.
Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço mais baixo que os do barracão.
Adjunto: Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo.
- Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca alimentação.
- Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos;
- Predominância esmagadora do sexo masculino.
- A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão.

DECLÍNIO DO CICLO DA BORRACHA
A euforia econômica proporcionada pela borracha amazônica – que chegou ao posto de segundo produto da pauta de exportações brasileira, só perdendo para o café – foi efêmera. Em menos de três décadas a velha pirataria européia conseguiu destruir todos os sonhos de grandeza amazônica.
Um biopirata inglês, Henry Wichham, contrabandeou da Amazônia sementes de seringueiras para o Jardim Botânico de Londres. Rapidamente se descobriu que as mudas de seringueira obtidas das sementes contrabandeadas se adaptavam perfeitamente na Ásia. Logo os ingleses implantaram enormes seringais de cultivo no sudeste asiático, racionalizando e modernizando a produção da borracha. Assim conseguiram reduzir de forma drástica os custos de produção, que, na Amazônia, eram extremamente altos, e derrubaram os preços internacionais. A rede de crédito do sistema de aviamento era como um castelo de cartas que desabou inteiro, uma vez que foi rompido pelos grandes compradores internacionais.

BATALHA DA BORRACHA
Durante a Segunda Guerra Mundial, no final de 1941, os países aliados não tinham mais acesso à borracha asiática e necessitavam desta matéria-prima principalmente para a indústria bélica. As autoridades norte-americanas entraram em pânico e voltaram suas atenções então para a Amazônia, o grande reservatório natural da borracha. Entretanto, seriam necessários, pelo menos, cem mil novos trabalhadores para reativar a produção amazônica até o nível desejado.

 REIS, Arthur Cezar Ferreira. Seringal e o Seringueiro – 2º Edição. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 1997. p. 77. 2- MARTINELLO, Pedro Antonio. A batalha da Borracha na Segunda guerra Mundial e Suas Conseqüências Para o Vale Amazônico. Rio Branco: Editora UFAC, 1988. p. 79. 3- Idem. p. 24
 

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http://www.comciencia.br

11 comentários:

  1. Foi uma época muito importante para a história do Brasil. Pena que tenha durado tão pouco.

    Meus parabéns pelo texto e pelo belo visual do blog!

    Abraços, :-)

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    1. Quem sabe se seu avô fosse um dos seringueiros explorados o teu desejo continuasse o mesmo.

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  2. Agradeço também pela sua visita ao meu blog.

    Valeu mesmo!

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  3. obrigado pela postagem do nosso link.... ficou bom seu texto, sobre a Amazônia!

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  4. Prof. Adinalzir, obrigada pela sua visita e pelo seu comentário.

    abraço

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  5. Aluna:Orcileia disse...

    Foi um momento marcante para a criação da Amazônia brasileira.


    3ªc noite.

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  6. Na minha opinião foi um periodo muito importante pró nosso pais, pena que eles contrabandiaro a seringueira para outros paises, por isso esse periodo não durou tanto tempo no Brasil. Aluno: João batista v. Miranda 3ª ano ''c''

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  7. Betania gomes dos santos6 de maio de 2010 às 05:54

    ALUNOS:Betânia Gomes dos Santos Série:3°"C"
    Rodrigo da Conceição Almeida
    Depois que o inglês Henry Wichham contrabandeou sementes de seringueira, os ingleses conseguiram reduzir de forma drástica os custos de produção da borracha na Amazônia, pois eram muitos altos.

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  8. no nosso entendimento foi que com a vulcanizaçao da borracha passou a valer como o ouro negro devido a riqueza que trousse nessa epoca, por isso que motivou uma imensa migração de homens de todo o mundo, e vinda dos nordestino para a amazonia foi devidi a falta de mão-de-obra na amazonia pois precisava de muitos homens pois os indios nao estava acostumado com esse trabalho muito rude
    elaine e cristiana 3c noite bjos

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  9. Mailson sousa farias 3°C noite10 de maio de 2010 às 11:15

    Bom a borracha foi o segundo produto da pauta de exportações brasileira, só perdendo para o café. Pena que Henry Wichham, contrabandeou da Amazônia sementes de seringueiras para o Jardim Botânico de Londres. Rapidamente se descobriu que as mudas de seringueira obtidas das sementes contrabandeadas se adaptavam perfeitamente na Ásia.
    E se essas mudas não fosse contrabandeadas quem sabe com o passar do tempo a borracha não iria superar o café.

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  10. A borracha foi um dos produtos mais lucrativos do Brasil, que trouxe riqueza e luxo para a Amazonia, mas no fim dessa historia o simbolo maximo qua ficou dessa riqueza facil, foi o Teatro Amazonas.
    Jones 1ºano4 escola Antonio F. de Oliveira

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